Tantos amores sucumbem na espera,
E o tempo não é o melhor conselheiro.
Se algo não aconteceu,
Ou não veio em mão dupla,
De nada adiantam os sinais,
As palavras e as queixas.
O outro não se moverá.
As folhas de outono podem cair,
Então não renascerá em novos brotos.
O homem é um animal radicalmente perverso no amor,
Quer só para si o gozo em plenitude.
Não adiantam tantas rezas e promessas,
Tudo continuará como era desde o início.
Não somos deuses para esperar a conversão
E sempre se acha com razão.
Na sedução nos enganamos,
Na diversão nos disfarçamos,
Na falta nos odiamos.
E tantos assim se vão
Em busca de outros braços,
Um novo amor.