Te fiz rainha por tantos dias,
Reverenciei com o mais puro dos sentimentos,
Te levei comigo visitando os céus,
Te abracei forte nas manhãs de domingo.
Te desejei como nunca,
Exagerei na dose de amar.
Era preciso tudo aquilo?
Sim. Merecias muito mais.
Mas me fiz faminto,
Só migalhas para alimentar,
Então me fiz pedinte,
Mas negaste uma xícara de farinha.
Até me ajoelhei para te pedir perdão,
Apenas me olhaste na indiferença,
Ao destino me entregaste.
E ele veio rapidinho me dar o seu aconchego,
Na desnutrição me ofereceu banquete.
Para matar a sede me deixou um rio de águas limpas.
Então me vesti com roupa nova,
Olhei para o alto e orei novamente.
Ao destino entrego a minha sorte.