É muito preocupante a situação da juventude brasileira entre 18 e 24 anos, pois estamos em segundo lugar entre os países membros da OCDE, com 36% de jovens que nem estudam e nem trabalham. São pessoas que estão nas camadas inferiores da sociedade, os mais pobres, mulheres, negros e pardos. O fator desigualdade de renda é determinante, contudo é preciso considerar raça e gênero. Trata-se de uma geração que não tem acesso a mais anos de estudo e nem tem acesso à capacitação profissional.
A principal coisa a ser feita pelos governos federal, estadual e municipal é adotar políticas públicas destinadas à melhoria de renda, à capacitação profissional e a programas de inserção desses jovens no mercado de trabalho. Temos a tendência em colocar a culpa em cima desses jovens, mas isso é injusto.
Há que acrescentar outro dado mais extremo. Muitos desses jovens não fazem mais parte da força de trabalho pois perderam o tempo de experiência com a passagem de muitos anos sem nada a fazer, e nem mais procuram emprego. Desistiram de tudo. Esse é o dado mais alarmante, pois podem encontrar mecanismos facilitadores para renda no mundo da criminalidade e da ilegalidade. Cresce assim o número de jovens que se entregam à vida marginal.
Compete, então, às instituições políticas e sociais atuarem de maneira impactante nessa parcela da sociedade, que poderá constituir-se numa geração perdida. As famílias também possuem mecanismos de motivação e ajuda nessa tarefa, contudo elas mesmas estão desestruturadas.