Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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A amizade social no contexto de uma pastoral de conjunto

Assim gosto de vos chamar, “poetas sociais”. Pois sois poetas sociais, porque tendes a capacidade e a coragem de criar esperança onde só aparecem o descarte e a exclusão. Poesia significa criatividade, e vós criais esperança. Com as vossas mãos sabeis como forjar a dignidade de cada pessoa, das famílias, e da sociedade como um todo, com terra, casa e trabalho, cuidados e comunidade (Papa Francisco. Mensagem aos movimentos populares. 2021)

 

Ainda antes da realização do Concílio Vaticano II (outubro de 1962 a dezembro de 1965), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criada em 14 de outubro de 1952, sendo considerada a terceira conferência episcopal reconhecida pela Santa Sé, lançava o Plano de Emergência para preparar a Igreja do Brasil para uma ampla e profunda renovação. Com esse objetivo, lançava em 1962 o Plano de Emergência focalizando as mudanças nas paróquias e o exercício do ministério sacerdotal, bem como propunha mudanças nas escolas católicas nos diversos graus de ensino e ações de transformação da realidade socioeconômica. Logo começaram a aparecer reformas na liturgia e na catequese, bem como no uso das Sagradas Escrituras.

 

A percepção dos bispos do Brasil era que seria necessário um plano mais ousado e não apenas de emergência. Em 1965, já como resultado do Concilio Vaticano II que estava se concluindo, a CNBB lançou o Plano de Pastoral de Conjunto tendo por objetivo “criar meios e condições para que a Igreja do Brasil se ajuste o mais rápido possível à imagem do Vaticano II”. Esse Plano nasceu da VII Assembleia Geral Extraordinária da CNBB ocorrida ainda em Roma. A Igreja tinha pressa e ali mesmo os bispos aproveitaram o tempo para propor um plano pastoral. Era estabelecido um tempo de duração – 1966 a 1970.

 

Inspirado nos grandes documentos do Concílio, nasceram nesse plano as seis grandes linhas de trabalho pastoral: a) unidade visível da Igreja Católica; b) Ação Missionária; c) Ação Catequética, aprofundamento doutrinal, reflexão teológica; d) Ação Litúrgica; e) Ação Ecumênica; f) Ação da Igreja no mundo. Eram as Diretrizes Fundamentais da Ação Pastoral e a complementação das Linhas Fundamentais de Trabalho relativas a cada uma das diretrizes. Trata-se de um Plano muito bem articulado, com clareza elevada de metas e propostas, fruto da participação de seus autores no Concílio. Essa forma de organização durou até 1995, quando as Diretrizes passaram a se chamar Diretrizes da Ação Evangelizadora.

 

O Concílio Vaticano II propõe a superação do paroquialismo da cristandade e afirma com muita ênfase a Diocesaneidade, descentralizando o poder papal. Trata-se de uma redescoberta conciliar da diocesaneidade da Igreja, como deslocamento da Igreja universal para a valorização da universalidade realizada nas Igrejas locais, ou seja, da diocese como ‘porção’ e não como ‘parte’ do Povo de Deus. Ainda estamos muito presos à perspectiva paroquialista, em que parece que cada paróquia ou movimento representa uma diocese. Com a afirmação da diocesaneidade de forma concreta introduz-se as paróquias e movimentos no seio de uma Igreja Orgânica ou de Conjunto. O grande desafio atual é a superação do paroquialismo particularista que inclui os próprios movimentos que se colocam como universalistas, em vista da inserção na pastoral de conjunto da diocese.

 

O Magistério do Papa Francisco nos pede uma Pastoral de Conversão Missionária que rompe com a Igreja autorreferencial (de cristandade, paroquialista). Daí o grande desafio da Igreja que é a Conversão Pastoral de si mesma. No Documento 100 da CNBB há uma ótima reflexão a respeito desse tema.

 

Como modelo eclesiológico e normativo para essa conversão está no contexto neotestamentário de uma Igreja apostólica, una, da Palavra, e dos sinais sacramentais, regida por uma ordem de carismas e ministérios, está no mundo sem ser do mundo, e é uma realidade escatológica.

 

A renovação decorrente da Amizade Social

O maior desafio nos parece ser a renovação de toda a Igreja a partir do Evangelho. Há muitas forças inclusive no interior da Igreja que são verdadeiras resistências e entraves na reforma que querem aprisionar a Igreja em estruturas normativas que funcionaram em determinados momentos históricos, mas hoje não se aplicam. Então temos um apego fundamentalista aos requisitos doutrinários que são colocados acima do Evangelho.

 

As renovações eclesiais são marcadas por tempos agitados. A renovação é incômoda, traz insegurança, quebra hábitos passados, compreensões tradicionais, formulações familiares, concepções estáticas de Igreja. Daí as RESISTÊNCIAS ao pontificado atual.

 

O modelo eclesiológico da Pastoral de Conjunto está na definição do Concílio Vaticano II da Igreja como Povo de Deus. Do Concílio nasce a Colegialidade Episcopal e a Sinodalidade.

 

Da diocesaneidade da pastoral nasce a Pastoral Orgânica e de Conjunto, que expressa a atuação do Povo de Deus na corresponsabilidade de todos os batizados. A superação do clericalismo está comprometida com a corresponsabilidade de todos os batizados e não apenas aos que receberam a ordem do presbiterato.

 

Antes de ser eleito Papa, o então cardeal Mário Bergoglio fez um pequeno discurso intitulado “A doce e confortadora alegrai de evangelizar” que aqui eu gostaria de me referir. Evangelizar é a razão de ser da Igreja. É o próprio Jesus Cristo que, desde dentro, nos impulsiona. Evangelizar supõe “sair de si mesma”, “ir às periferias, não só as geográficas, mas também às periferias existenciais: as do mistério do pecado, da dor, da injustiça, da ignorância e prescindência religiosa, do pensamento, de toda miséria”. Quando a Igreja não sai de si mesma, ela torna-se autorreferencial. A Igreja autorreferencial quer Jesus dentro de si e não o deixa sair. Ela acredita que tem luz própria. Então cai na mundaneidade. Vive para se dar glória uns aos outros. E Bergóglio conclui: “Pensando no próximo Papa: um homem que, a partir da contemplação de Jesus Cristo e da adoração a Jesus Cristo, ajude a Igreja a sair de si rumo às periferias”. Que ajude a Igreja a ser mãe fecunda que vive da doce e confortadora alegria de evangelizar”.

 

Nas periferias estão as fronteiras, os outros, os diferentes, as diferenças, as do mistério do pecado, da dor, da injustiça e prescindência religiosa, do pensamento, de toda miséria. Daí a necessidade de uma Igreja Samaritana. Então é preciso fazer das periferias e das fronteiras o centro da pastoral. O grande desafio atual de fronteira é o MUNDO URBANO – confluência das diferenças e dos diferentes.

 

A fonte inspiradora da Fratelli Tutti tem como inspiração São Francisco de Assis, especialmente no episódio da visita ao Sultão Malik-al-Kamil no Egito. Ele não fazia guerra dialética impondo doutrinas, mas comunicava o amor de Deus. Por isso, é pai fecundo que suscitou o sonho duma humanidade fraterna.

 

A encíclica Fratelli Tutti

Este documento, publicado em 20 de outubro de 2020, assim como outros, mostra grande preocupação do Papa Francisco com as várias crises pelas quais atravessa a humanidade: crise socioambiental, a crise decorrente dos processos de migração, o desenfreado descuido com a casa comum, o agigantar-se da pobreza e da miséria, os conflitos internacionais (IV Guerra mundial: em pedaços), a falta de solidariedade e de amizade social. Esses são os principais aspectos das inúmeras crises pelas quais passa a humanidade.

 

Trata-se de um Encíclica da teologia da fraternidade, da amizade e da solidariedade, inspirada em São Francisco de Assis. Está na linha de desenvolvimento e continuidade da Doutrina Social da Igreja, inaugurado pelo Papa Leão XIII com a publicação da Encíclica Rerum Novarum que tomava como foco a situação operária nos tempos da Revolução Industrial.

 

Principais conceitos: consciência sobre o mundo

O mundo voltou a ter sinais de retrocesso. Diz-nos o Papa:

“Encontramo-nos mais sozinhos do que nunca neste mundo massificado, que privilegia os interesses individuais e debilita a dimensão comunitária da existência”.

 

Entre os principais aspectos dessa consciência podemos citar: a falta de consciência histórica cada vez maior por parte das nações e sociedades. Os processos se repetem. Práticas antigas são retomadas. Até mesmo na Igreja, muitos não se dão conta que o mundo caminha para frente, e insistem em retroceder em práticas já ultrapassadas da vivência religiosa.

 

Um dos problemas mais atuais e preocupantes é a estratégia política da polarização presente em diversos países. A divisão da complexidade política em dois polos representa o caminho mais fácil para o exercício do poder, de ganhar uma eleição, e de impor algum tipo de dominação. Trata-se de um dualismo que penetrou profundamente nas comunidades eclesiais, nos ministros ordenados, e enfraqueceu os processos evangelizadores.

 

Em muitos países, cresce a desagregação das pessoas. Perde-se o elo da preocupação com o bem comum. Em alguns momentos, temos a impressão de estar numa selva com leões. Homens são lobos para os próprios homens.

 

Falta de um projeto que abranja a todos. Esse é o pior diagnóstico para o exercício político. Trata-se de impor projetos políticos particulares, dissociados do bem comum. Daí o enfraquecimento dos projetos de políticas públicas. Desvalorização de determinados grupos de pessoas, como os idosos e imigrantes, mulheres, negros, indígenas, ciganos, estrangeiros, pessoas que se situam em outras formas de opção sexual como a população LGBTQUIA+.

 

A intolerância religiosa também tem crescido no mundo inteiro. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, em 2022 houve em torno de 1200 ataques contra pessoas e espaços religiosos qualificados como ações de intolerância religiosa. No ano passado, 2023, foram protocoladas 58 mil ações judiciais nos tribunais brasileiros tendo como motivo práticas de intolerância religiosa. Há inclusive ações contra práticas de “racismo religioso”, em que a motivação está não apenas relacionada à crença, mas também ao preconceito racial. De acordo com o “Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo”, nos dias atuais a liberdade religiosa é violada em um terço dos países do mundo, onde vivem cerca de 5,2 bilhões de pessoas.

 

A polarização tem preocupado enormemente o mundo empresarial. Pesquisa do Instituto Edelman Trust Barometer (2023) em 28 países indica que apenas 29% das pessoas estão dispostas a ajudar alguém do lado oposto, apenas 21% das pessoas estão dispostas a morar perto de alguém do outro lado e 22% das pessoas estão dispostas a trabalhar junto do lado oposto. Esses dados presentes no meio operário é prejuízo certo nos processos de produção.

 

Caberia enquanto Igreja nos perguntar qual o percentual de pessoas estaria disposto a viverem em comunidade, ou dispostas a realizarem círculo bíblico? Tantos as empresas, como as instituições sociais e políticas e principalmente a Igreja necessitam fazer algo além de apenas manifestar preocupação com os impactos da polarização no mundo em geral.

 

Fenômeno impactante e crescente entre nós é a da transição religiosa. Estamos passando de uma cultura católica para uma cultura evangélica pentecostal. Junto a isso, temos o fenômeno cada vez mais comprometedor em termos de Evangelho que é o uso da religião para fins eleitorais. No Brasil, estima-se que em 50 anos teremos um país com 39,4% de católicos e 40,3% de evangélicos. Hoje temos a criação de 21 novas Igrejas por dia. Nos últimos 10 anos foram criadas 71.700 novas Igrejas. Daí as mudanças no exercício da política que é a formação das bancadas evangélicas (Congresso, Assembleias Leg., Câmaras). Segundo o Instituto Data Folha, de abril de 2022, nota-se o crescimento do número dos “desigrejados”. Jovens entre 16-24 anos são 25% e no são 14%. Os motivos são vários como experiências negativas, falta de respostas satisfatórias, abusos de poder, julgamentos, mudanças na forma de se relacionar na vida (espiritual). Estamos preparados para vivermos no contexto dessa pluralidade religiosa conflitante? Como desenvolver a amizade social nesses contextos?

 

Base da esperança

Convoca as pessoas a ouvirem a voz dos percursos de esperança possíveis de serem traçados. O amor é o ponto em comum a todos esses caminhos. Amor em sua dimensão universal, na sua abertura da TODOS.

 

“Crescemos em muitos aspetos, mas somos analfabetos no acompanhar, cuidar e sustentar os mais frágeis e vulneráveis das nossas sociedades desenvolvidas” (nº 64).

 

“O isolamento e o fechamento em nós mesmos ou nos próprios interesses nunca serão o caminho para voltar a dar esperança e realizar uma renovação, mas é a proximidade, a cultura do encontro. O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do confronto, não; cultura do encontro, sim” (nº 30).

 

Agir com empatia com o próximo

O Capítulo 4º dedica-se a um CORAÇÃO ABERTO AO MUNDO INTEIRO. O amor universal pressupõe uma capacidade de nos abrirmos para o próximo. Jesus não nos ensinou a perguntar quem é nosso vizinho, mas sim a nos tornarmos vizinhos próximos dos outros.

 

“A proposta é fazer-se presente a quem precisa de ajuda, independentemente de fazer parte ou não do próprio círculo de pertença” (nº 81).

 

Daí o resgate da imagem do Samaritano que foi quem se fez próximo do judeu ferido. Ele ultrapassou as barreiras culturais e histórica. É preciso deixar de lado toda diferença e em presença do sofrimento, fazer-se presente, tornar-nos vizinhos. Somos chamados a nos tornar um eu próximo dos outros.

 

De maneira especial, nos dias atuais, é preciso desenvolver o sentimento de empatia com os imigrantes do mundo inteiro. Que as pessoas nessa situação sejam acolhidas, protegidas, promovidas e integradas. A empatia não é um sentimento superficial de simpatia, externo, mas um sentir o outro dentro de si mesmo.

 

A política melhor

Espaço importante na solução dos problemas vividos pelo mundo, onde a representatividade das pessoas deve ser colocada verdadeiramente a serviço do bem comum.

 

“É necessário fazer crescer não só uma espiritualidade da fraternidade, mas também e ao mesmo tempo uma organização mundial mais eficiente para ajudar a resolver os problemas prementes dos abandonados que sofrem e morrem nos países pobres” (nº 165).

 

O Papa reconhece que a política é a forma mais elevada de caridade, pois o amor é político, ou seja, o amor é social, destinado a TODOS. É a falta dessa universalidade que faz com que a política adoeça, perca sua vocação para a unidade e para a harmonia.

 

Diálogo e amizade social

A construção de uma sociedade melhor exige diálogo. “Heróis do futuro” são aqueles que conseguem quebrar a lógica da sociedade atual de não conseguir estabelecer pontos de convergência.

 

“O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor” (nº 198).

 

O diálogo é um método de discernimento e proclamação da Palavra de amor que visa fixar morada no coração de cada pessoa. O Papa faz um chamado à própria teologia que só possui sentido na medida em que seja uma teologia do acolhimento, chamada a desenvolver um diálogo sincero e não para sustentar argumentos de condenação das pessoas e de suas práticas. A teologia é chamada a desenvolver um diálogo sincero com instituições sociais, universidades, centros de pesquisa visando a construção da paz de uma sociedade inclusiva e fraterna, e cuidar da criação. Sem essa perspectiva a teologia não serve para quase nada.

 

Tem momentos que nos parecem viver numa sociedade com “síndrome de Babel”, numa confusão enorme que não permite compreender o que o outro está falando. A síndrome decorre da decisão de não escutar o outro e de que eu sei o que o outro pensa e o que o outro vai dizer. Por isso, a metodologia do Sínodo que está chegando à fase final iniciou-se com a ESCUTA. Esse é o pré-requisito para o diálogo e o discernimento.

 

Percurso de um novo encontro

Em muitas partes do mundo, a humanidade retrocedeu naqueles caminhos ou percursos que conduziam à paz. Eram esses percursos que curavam as feridas, levantavam os caídos. Por isso, o Papa clama por novos percursos de encontros, com atores que vão desbravando caminhos para a paz.

 

O mundo precisa desses “artesãos de paz prontos a gerar, com inventiva ousadia, processos de cura e de um novo encontro. Isso passa pela construção de uma memória de penitência, capaz de assumir o passado para libertar o futuro” (nº 225).

 

“O percurso para a paz não implica homogeneizar a sociedade, mas permite-nos trabalhar juntos. Pode unir muitos nas pesquisas comuns, onde todos ganham” (nº 228).

 

O processo de construção de paz está diretamente ligado com o perdão e é um compromisso perpétuo com o diálogo. As “desigualdades e a falta de desenvolvimento humano” também geram feridas que impedem a construção da paz, na visão do papa.

 

“Aqueles que perdoam de verdade não esquecem, mas renunciam a deixar-se dominar pela mesma força destruidora que os lesou” (nº 251).

 

Em muitas partes do mundo, fazem falta percursos de paz que levem a cicatrizar as feridas, há necessidade de artesãos de paz prontos a gerar, com inventiva e ousadia, processos de cura e de um novo encontro. Perdoar, pedir e aceitar o perdão não é magia. Reconhecemos que há sofrimento difícil de ser digerido que atravessa a relação entre as pessoas e entre as nações. Há ressentimentos presentes e difíceis de serem superados. E há também o sentimento de culpa. O perdão é algo muito desafiador e depende do arrependimento mudo, da superação degrau a degrau, diálogo silencioso. Somente com o arrependimento o silêncio se faz palavra, aproximação, reencontro.

 

As religiões a serviço da fraternidade

O Papa Francisco deu alguns dos maiores exemplos na promoção da aproximação e tolerância entre diferentes religiões. Já visitou pessoalmente Bartolomeu, o Patriarca da Igreja Ortodoxa e o Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, um dos principais líderes muçulmanos. Na encíclica, o Santo Padre suplicou:

 

“Existe um direito humano fundamental que não deve ser esquecido no caminho da fraternidade e da paz: é a liberdade religiosa para os crentes de todas as religiões” (nº 279).

 

A encíclica “Fratelli Tutti” do Papa foi um convite inspirador a nos empenharmos na construção de um mundo melhor.

 

SINTESE

1. FRATERNNIDADE E AMIZADE SOCIAL

A importância da fraternidade entre as pessoas e a necessidade de uma verdadeira amizade social para construir um mundo mais justo e solidário.

2. DIGNIDADE HUMANA

Enfatiza a centralidade da dignidade humana, defendendo os direitos de todos especialmente dos mais marginalizados como migrantes, refugiados e pobres

3. SOLIDARIEDADE GLOBAL

Propõe a solidariedade como um princípio fundamental para superar os desafios globais como desigualdade, injustiça, guerra e exclusão social.

4. DIÁLOGO E ENCONTRO

Promove o diálogo entre culturas e religiões para alcançar uma coexistência pacífica e compreensão mútua.

5. CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE

Chama a atenção para a necessidade urgente de cuidar do planeta e promover um estilo de vida sustentável.

6. ECONOMIA A SERVIÇO DAS PESSOAS

Critica o atual sistema econômico que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar das pessoas, defendendo uma economia mais inclusiva e solidária.

7. REJEIÇÃO DA GUERRA E DA PENA DE MORTE

Manifesta uma firme oposição à guerra como solução para os conflitos e defende a abolição da pena de morte.

8. CONSTRUÇÃO DA PAZ

Propõe a construção da paz como um esforço coletivo envolvendo a participação ativa de todos na promoção da justiça e da reconciliação.

 

A fraternidade não é apenas um sentimento, uma emoção, uma ideia abstrata, mas um fato que implica uma saída, uma ação em decorrência da necessidade de se responder: De quem eu me faço irmão? A fraternidade inverte a lógica atual marcada por uma luta contra o mundo que o considera oposto a Deus e deve ser destruído. A fraternidade permite que os iguais se tornem diferentes. O ódio sempre elimina o diferente. A fraternidade salva o tempo da política, da mediação, do encontra, da construção da sociedade civil, do cuidado. A fraternidade anula o fundamentalismo e alimenta a esperança.

 

CONCLUSÕES:

1) A Campanha da Fraternidade 2024 que toma a Amizade Social como chave pastoral é movo por excelência de inserir as comunidades e as paróquias na Pastoral de Conjunto. Qualquer ação de combate, boicote ou indiferença em relação a essa ação pastoral evangelizadora põe-se na contramão do Concílio Vaticano II.

2) É preciso fortalecer a experiência dos processos sinodais. São esses processos que fortalecem a Pastoral de Conjunto.

3) Amizade social: do plano micro (pessoal, comunitário, social) ao macro.

4) Fragmentação no meio das próprias pastorais sociais;

5) É preciso unir as experiências;

6) É preciso romper com o isolamento;

7) Avançar na articulação das pastorais sociais que atuam no mundo urbano;

8) Encontro e diálogo desde a base (da comunidade e da arquidiocese);

9) Muitas pastorais nem se conhecem direito;

10) Necessidade de pensar pontos comuns.

 

Palavra franqueada aos participantes

 

REFERÊNCIAS

AQUINO JUNIOR, Francisco. Renovar toda a Igreja no Evangelho: desafios e perspectivas para a conversão pastoral. Aparecida: Santuário, 2019.

BRIGHENTI, Agenor. Teologia pastoral: a inteligência reflexa da ação evangelizadora. Petrópolis: Vozes, 2021.

CAVALIERI, Edebrande. O que é amizade social? Artigos. 2024. aves.org.br

_________. Intolerância religiosa. Artigos. 2024. aves.org.br

_________. Vícios e virtudes. Artigos. 2024. aves.org.br

_________. Inteligência artificial e paz. Artigos. 2024. aves.org.br

_________. Natal: o amor tornou-se pobre demais. Artigos. 2023. aves.org.br

_________. Responsabilidade e poder numa Igreja sinodal. Artigos. 2023. aves.org.br

_________. Amizade social entre irmãos. Artigos. 2020. aves.org.br

_________. Sinodalidade em tempos de amizade social. Artigos. 2023. aves.org.br

_________. Nas trilhas de Francisco. Curitiba: CRV, 2022.

_________. Conjuntura eclesial e religiosa. Curitiba: CRV, 2022.

 

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 26/01/2024
Alterado em 26/01/2024
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