No tarde da vida ela se fez poetiza,
Poetando a própria Vida.
Como se define, Cora?
Aos quatorze anos, a mudança:
Doravante chamar-me-ei “Cora Coralina”.
Por quê?
-Cansei do nome de batismo,
Agora “coração vermelho”.
Caminhando pelos becos e vielas,
A cabocla velha, a lavadeira,
A cozinheira, a mulher roceira,
A mulher da vida!
Sua irmã, adotada em versos:
A mulher de todos os tempos,
A mulher da zona,
A mulher da rua,
A mulher perdida,
A mulher à toa.
Aninha e suas pedras encontradas pelo caminho.