A cultura escreveu a história com tintas masculinas,
Fez da mulher um objeto de adorno,
Endeusou-a para enganá-la,
E a fez rainha, sem súditos.
Ela mesma tornou-se súdita.
Rastejando pelas encostas da violência,
Fez-se brava em noite de lua cheia.
Não era São Jorge a elevá-la na poesia,
Mas a espada dos machos encapuzados.
Até um dia lhe foi dedicado,
Mas as balas nunca economizadas,
Nem as palavras abrandadas.
Seu dia é grito de guerra,
É bravura em flores,
É o silêncio da morte.