Eu tive um sonho muito forte
Que me elevou da cama onde dormia.
Estava assustado,
E não era para menos.
Um cordeiro pastava ao lado de um lobo.
Era uma imagem sem retoques,
Parecia pintura de Monet.
E mais incrível ainda nesse sonho,
Era a mesma comida com gosto de aurora,
Verdejante ainda com orvalho nas folhas.
Quando acordei parecia entrar em outro sonho:
A liberdade deixou de ser palavra,
Emporcalhada nas bocas enlameadas
E falsos pastores que rezavam a um ser estranho
Que lhe davam o nome de deus.
Então vi à minha frente a encarnação da liberdade,
Viva e transparente,
Que fixava moradia no coração do homem santo.
A liberdade tornou-se um Deus encarnado:
“Olhai os lírios do campo”.
“Deixai vir a mim as criancinhas”
Para brincarem naquela pastagem.