Lá estava ele todos os dias,
Deitado ao relento sob uma árvore,
Em meio ao barulho dos carros velozes,
Na indiferença de homens apressados.
Pelo caminho avistou um pequeno cão abandonado,
Faminto e cheio de feridas,
Que por instinto lhe acompanhou até sua residência.
Pobre cão, apenas a sombra da árvore.
Ali deitou-se ao lado de seu dono,
Também faminto, mas disposto a lutar por ambos.
Aquela senhora se aproxima e pergunta pela fome.
Ele responde: - agora somos dois para comer.
E assim os novos vizinhos ali fixaram residência,
Incomodando os corações de pedra.
Famintos de comida,
Mas saciados da solidariedade entre homem e animal.