Desde 1977 caminho pelos corredores das escolas, entrando em salas de aula e encontrando pessoas. Adolescentes e jovens cruzaram mais o meu caminho, mas também adultos quando pude contribuir na formação supletiva. Aqui foi meu maior desafio como professor. Alunos cansados pelo trabalho pesado, geralmente empregados da construção civil ou encargos de transporte. Como motivar alunos desgastados pelo trabalho duro?
Hoje, o professor com o advento das novas tecnologias seu papel mudou bastante. Ele precisa mediar o processo ensino-aprendizagem com acesso à infinidade de informações disponíveis. Seu papel é basicamente formar, capacitar para conhecer. Ele mesmo deve estar em processo de aprender. Não é mais quem sabe tudo, mas que ajuda a construir o caminho do conhecimento. Acabou a função de ficar no próprio quadrado. Eles precisa ajudar o aluno a ultrapassar os limites.
Os grandes desafios sao: a luta por condições dignas de trabalho, a melhoria salarial e a motivação dos alunos. Todos esses desafios estão no mesmo patamar.
As mudanças do papel do professor decorrem muito das mudanças sociais. Hoje é bem mais difícil trabalhar em sala se aula. Temos a violência por parte dos alunos, a perseguição ideológica conduzida por determinados grupos políticos, e a falta de liberdade para ensinar. Nem na ditadura era tão difícil ser professor.
O desenvolvimento da consciência crítica tão fundamental para a aprendizagem das ciências como para a convivência cidadã sofre com as posturas políticas de ameaça a professores, gravação de suas aulas, e até processos na justiça. Muitas vezes, sofre até violências físicas e ameaças. Muitos tentam sobreviver ficando calados, e isso repercute na vida dos alunos, estagnados em seu desenvolvimento crítico.
Hoje eu gostaria de parabenizar a todos os meus colegas, amigos, e novos professores. Nenhum sociedade se desenvolve se não houver apoio ao trabalho desses profissionais. Calar os professores é retrocesso na história e atraso no desenvolvimento.