Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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UM JARDIM FLORIDO

I - A FLOR CAÇULA

Teu nascimento sem o pai em casa,

Lá se foi o irmão mais velho chamar a vizinha,

Parteira renomada do lugar,

Que veio correndo para nossa casa.

Afinal a mãe estava com dor de cabeça rsrs

Nasceste assim, naturalmente,

No Pastinho do Rio Doce,

À beira da mata.

Era a caçulinha!

A mais cheia de graça!

Todos a carregam no colo

E também recebe mais apelidos.

Neném! Nunca tem fim,

Sempre será. Até Nena!

Tuca! Humm por quê?

Seu choro, ouvido por todos,

Era aquele que a mãe mais escutava

E saía atrás de quem te fez chorar,

Não importava o motivo.

Como era gostoso te carregar na garupa!

Mas também um risco: se cair, já era!

A mãe desembestava atrás,

E tome tamancada na bunda.

Corríamos para o meio do mato,

Só de noite a volta,

Devagar, observando a mãe,

Se tinha ainda um tamanco para jogar.

Ela já tinha esquecido tudo,

E agora só queria nos dar o jantar.

Hoje continua sendo a caçulinha,

Bela flor de nossa família!

É a nossa “Neném”!

A nossa Augusta,

Divina! Dádiva dos deuses!

Ainda gostaria de te carregar no colo,

Ou na garupa, e apenas te dizer:

Eu te amo muito, minha mana querida!

II. A FLOR QUE SE FOI

Como você era apressadinha ein!

Quis ser a primeira a se casar.

Nem idade tinha para isso,

E lá fui eu a te conduzir ao altar.

Era o seu mano querido que se orgulhava,

Em nome do pai lá ia conduzindo a noiva.

E apressadinha também se foi para a casa do Pai.

Por que assim tão novinha?

Meu Deus! Num final de semana,

E tudo estava terminado,

A Deus entregava seu espírito,

Pois o corpo havia sido destruído pela meningite.

Ficamos nós buscando você em todos os lugares,

Nas festas familiares,

Entre seus filhos e seus netinhos.

Não era para ser assim!

III. A FLOR DO MEIO

Num grupo de cinco irmãos

E ser a terceira irmã,

É ficar na corda bamba mesmo.

Em alguns casos é pirralha,

Principalmente em determinadas brincadeiras

Ou certos programinhas infantis.

Em outros casos tem que ter juízo,

Pois é a mais velha das três últimas.

A flor do meio sempre será olhada,

Sempre terá um lugar em forma de balanço.

Nunca ignorada,

Sempre terá lugar de equilíbrio.

Uma confissão particular:

- Rita, você foi o equilíbrio nos momentos mais fortes

Quando a dor da perda atingiu nosso caminho.

Hoje expresso meu agradecimento,

Nosso reconhecimento,

A flor do meio esqueceu até de si mesma.

IV. A FLOR PARCEIRA

Você chegou em segundo lugar,

E aproveitou a mesma festa.

Era sinal que outras flores iriam se abrir.

Foste a confirmação da vida procriativa,

Alegria de quem chegou antes.

E assim foram chegando as demais flores,

Mas contigo fiz uma aliança:

- Subir o pé de bambu

E deixar que o vento nos levasse longe

Envergando as varas macias.

Como era fantástica aquela brincadeira,

Até o momento que a flor do meio aparecesse

E se metesse entre as varas de bambu,

Caindo e chorando para nosso desespero.

Era a certeza que iríamos apanhar,

Pois tínhamos que ser responsáveis.

- Quem manda a flor do meio se meter nessa brincadeira?

Só nos restava desaparecer em meio ao pasto

E só retornar para casa ao anoitecer.

Valeu a parceria, Gera querida!

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 12/02/2025
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