Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato

Momentos eternizados

Alguém já disse que mães não deveriam morrer,

Mas até Deus as quer em determinado momento.

Então ficamos com partes do tempo,

Eternizadas como memória.

 

Seu caminho de ser mãe

Mãe, foste a força em todos os momentos:

Na lida diária, árdua e dura, na dura vida.

Esperaste o primeiro filho, que se perdeu.

Veio antes da hora e não nasceu.

Esperaste o segundo, e também se foi.

Apenas o terceiro, tão esperado e desejado,

Chegando forte para o seu encanto.

Ficaste mais bela com esse rebento

E assim foi construindo seu jardim.

 

Tempo de espera

O primeiro choro na casa!

Quando virá?

Depois de um longo e intenso tempo de espera,

Carregaste com todos os cuidados.

Em sua cabeça tantas incertezas,

Momento tão esperado!

Chegaria ao fim esse novo momento?

Era preciso muito cuidado,

Com seu eterno companheiro sempre atento.

 

Ao redor daquela casinha tudo era paz

E o tempo se fazia presença crescente.

Da carestia à alegria

Criaste cinco filhos com muito suor e sem pranto.

 

Se choraste, ninguém sabia.

Na falta de alimento, a criatividade,

Fazendo de qualquer coisa a melhor de todas.

Fé em Deus, forte e vibrante,

Até nas tempestades maiores

Seu rosto resplandecia confiança.

 

Partidas

Foram tantas partidas,

Despedidas,

Corações em lágrimas.

A mãe que vê filhos partirem ainda novos

E só reencontrá-los tempos depois.

 

Então o tempo de sorrir.

Como era bom retornar

E sentir o sabor materno,

Tempo de puro carinho.

 

Assim foram os anos se passando

Filhos crescendo,

Os sonhos realizando,

Mas as partidas sempre foram cruéis.

 

Mulher sábia

Sabe, aquela mulher analfabeta,

Sábia nas coisas da vida e irrequieta,

Que olhava para o céu sempre com esperança

E o futuro com muita confiança.

 

A pobreza nada significava além dos parcos

recursos.

Na enxada ou no cuidado dos filhos,

Do humus da terra retirou o alimento

E me fez doutor.

 

Uma vida de fé e esperança

Não importava a forma da reza,

Na capelinha ou no grande templo,

Para lá caminhava sempre

Era o encontro mais esperado.

O que rezava?

Somente no seu coração

O próprio Deus encontrava sua intenção.

 

Sua partida

Também chegou a sua vez.

Deus podia tê-la deixado entre nós.

Como era bom receber o seu abraço,

Levá-la para almoçar no restaurante!

Ou mesmo em nossa casa

Em tantos momentos festivos.

Quando resolvia participar da farra

Até uma cervejinha encarava

E dizia que já estava trocando as pernas.

 

Agora com as bebidas celestiais,

Ao lado de seu amado e sua filha apressada

A eternidade se faz pura alegria e paz.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 20/02/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários