Do lugar em que estou agora
Difícil imaginar uma referência tão nobre,
Um Poeta desconhecido,
Leonel Muniz Fagundes,
Da Freguesia de Arroio Grande.
Como na Atenas antiga,
Cujos cidadãos não descartavam nenhuma divindade
E para isso construíam altares a deuses desconhecidos,
Hoje nos encontramos na missão de gritar aos diversos areópagos
Das margens desse rio
Para que nossa elevação poética chegue aos céus.
Poetas chegam primeiro nos lugares sagrados.
E ao nosso ilustre arroio-grandense
O nosso louvor e nossa prece.
Do Arroio Grande para o mundo
Seus poemas começaram a germinar ao uivar dos ventos,
Na torre da matriz que respondia com sonoridade da brisa leve.
O agitar das árvores naquele pátio cheio de laranjeiras.
Sua admiração pelo poeta das estrelas
Infestava seus versos e suas rimas – Lendo Bilac.
Tudo isso até parece ficção,
Mas a minha fé no Deus Desconhecido
Se assemelha à admiração a um poeta distante
Que me foi apresentado como convite.
Para tão importante comemoração,
Um novo altar se ergue nos rincões arroio-grandenses
Para uma oração em forma literária,
Justa homenagem ao poeta desconhecido
E um momento de elevação,
Ouvindo os uivos dos ventos,
É a festa do areópago do sul.